Com a aproximação do fim do primeiro semestre de 2023, o setor da construção já começa a fazer suas análises de desempenho. Com a superação do pico da pandemia de Covid-19, a expectativa era de que o mercado imobiliário aquecesse: as vendas aumentassem junto com o índice de novas contratações.
No entanto, apesar de os números atuais específicos do setor demonstrarem um aumento na venda de imóveis, os índices macroeconômicos parecem pedir cautela. Diante de um cenário assim, como se organizar para continuar investindo?
Como o mercado imobiliário é considerado um segmento de consumo cíclico na economia, alguns indicadores da economia nacional costumam determinar a tônica do próximo período. Da mesma forma, a construção civil tem uma participação no PIB brasileiro que impacta outros setores e a geração de riquezas.
Se você é um entusiasta, investidor ou trabalhador do setor da construção civil, e deseja manter seu desempenho diante de cenários flutuantes, é importante que organize o seu cotidiano para acompanhar os principais dados deste mercado, aqueles que, juntos, vão lhe dar uma base para continuar investindo.
Preparado? Agora eu vou detalhar quais são os cinco dados da construção civil que são fundamentais que você mantenha no seu radar, e vou mostrar como estiveram os índices até agora, neste primeiro semestre de 2023.
Sumário:
1 – Preço de materiais, mão de obra e serviços
Um importante índice que ajuda gestores e compradores a tomarem decisões na área da construção é o índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), possibilita o acompanhamento da evolução dos preços de materiais e custos de mão de obra e serviços mais relevantes para a construção civil, e é um dado importante a ser acompanhado por quem deseja construir, investir, ou mesmo trabalha no setor.
Em abril deste ano, o Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), que analisa e distribui estatísticas macroeconômicas no país, divulgou a atualização do INCC – M. Ficou constatado que o INCC – M variou 0,23% em abril, percentual superior ao apurado no mês anterior, quando o índice variara 0,18%. O INCC-M acumula alta de 0,93% no ano e de 7,48% em 12 meses.
A taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços passou de 0,09% em março para 0,23% em abril. O índice referente à Mão de Obra variou 0,23% em abril, ante 0,27% em março.
Desde 1950, o INCC-M tem funcionado como uma espécie de termômetro do nível da atividade econômica no país, visto que sua variação reflete como o setor da construção civil se comporta na economia.
A alteração no INCC-M é tão importante para o setor da construção que, após 10 trimestres seguidos de um cenário otimista, a projeção de crescimento da construção civil foi revisada para baixo. Confira agora como ficou esta expectativa.
2 – PIB do setor da construção
Sigla para Produto Interno Bruto, PIB é um indicador essencial para acompanhar o estado da economia do país. Funciona como um termômetro do crescimento: quanto maior for o seu valor, e maior for a diferença em relação aos anos anteriores, mais o país terá crescido. O valor total pode ser estratificado, para que observemos a participação de cada setor da economia neste crescimento.
Assim, o PIB do setor da construção é a soma de todas as vendas realizadas pelo setor, ou seja, todas as riquezas geradas. A projeção de crescimento do PIB do setor é sempre feita pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) através de análise dos anos anteriores, e da observação do cenário político e econômico geral.
Dados do Produto Interno Bruto (PIB) da construção divulgados em março de 2023 pelo IBGE fizeram um balanço do desempenho do setor no último biênio e apontaram que em 2022 a construção civil cresceu 6,9%. O número ficou dentro do esperado pela CBIC, que estimou 7%. Entre 2021 e 2022 o setor cresceu acima da média nacional.
Em 2023, diante da divulgação recente do INCC-M, a CBIC diminuiu a expectativa de crescimento do setor da construção que era de 2,4% para 2%.
3 – Taxa Selic
A SELIC é a taxa básica de juros da economia, e é utilizada pelo Banco Central como controle inflacionário, servindo também de base para o cálculo da rentabilidade de investimentos.
No último dia 03 de maio, o Comitê de Política Monetária do Banco Central divulgou a manutenção da taxa SELIC em 13,75% ao ano pela sexta vez consecutiva.
O índice é considerado alto pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), uma vez que a SELIC serve como um guia para a definição das taxas de financiamento imobiliário e preço de materiais de construção, por exemplo.
Diante do cenário, em nota, a ABRAINC diz entender que o BC deveria reduzir a taxa SELIC.
Para a Associação, nos atuais patamares, os juros altos são entraves ao desenvolvimento econômico, social e principalmente à geração de empregos no Brasil.
“A Selic em 13,75% inibe a realização de novos investimentos e prejudica a vida de diversas empresas, nos mais variados segmentos. Nos níveis atuais, a despesa com juros bancários compromete a saúde financeira das empresas, que ficam impossibilitadas de crescer e com dificuldades de arcarem com suas despesas obrigatórias.”, conclui a nota.
Se você se interessa por dados macroeconômicos como a Taxa Selic, eu vou lhe recomendar este vídeo:
4 – Volume de vendas de imóveis
O indicador mensal da ABRAINC é um dado calculado em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e traz os principais dados do setor da construção mês a mês: vendas, entregas, oferta final e distratos realizados no mercado primário de imóveis residenciais e comerciais.
A última pesquisa divulgada em 2023 foi a do mês de março, e demonstrou um crescimento de 7,7% na venda de imóveis no acumulado de 12 meses, encerrado em janeiro de 2023. A pesquisa foi elaborada com 20 empresas do setor, e demonstrou que o segmento de imóveis de médio e alto padrão iniciou o ano como destaque. Registrou uma elevação de 59,1% entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023.
Segundo a ABAINC, o panorama geral dos dados demonstra que o setor da incorporação e construção civil continua crescendo, mas em uma velocidade menor.
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5 – Variação no preço dos imóveis
Você sabia que existe um índice que calcula a variação do preço dos imóveis comerciais e residenciais?
Sim. É o índice Geral do Mercado Imobiliário Comercial ou Residencial (IGMI-C/ IGMI-R), que retrata a evolução da valorização dos preços e dos rendimentos do segmento de imóveis no Brasil todo. O índice foi desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE FGV).
Uma parceria entre a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e a FGV vem calculando o índice mês e mês, e demonstrou queda no valor do imóvel residencial no primeiro trimestre de 2023.
O IGMI-R/ABECIP desacelerou pelo quinto mês seguido em março, registrando variação de 0,57% (após variar 0,61% em fevereiro). A variação acumulada em 12 meses do índice foi de 14,27%, também mostrando ligeira queda quando contrastada com o resultado de fevereiro (14,82%).
Os preços dos imóveis residenciais nos primeiros três meses de 2023 apresentaram desaceleração em relação ao último trimestre de 2022, tanto para média nacional quanto das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP.
FAQ: perguntas frequentes sobre o tema
É um dos principais setores da economia brasileira, com grande parcela de participação em seu Produto Interno Bruto (PIB). É o responsável pela construção de edificações, imóveis comerciais, residenciais, e industriais, gerando milhares de empregos.
Pode ser dividida em três segmentos: construção comercial, residencial ou industrial.
Muitos fatores interferem no preço dos imóveis, mas o índice de Geral do Mercado Imobiliário Comercial ou Residencial (IGMI-C/ IGMI-R) é o dado oficial que demonstra a tendência de alta ou queda nos preços. Consulte os órgãos da sua região para conhecer a tendência local.
6 – Tendências de inovação
Um dos caminhos possíveis no enfrentamento a um cenário de retração ou estagnação é o investimento em inovação com objetivo de otimizar os processos que já existem. Neste sentido, a digitalização do setor imobiliário tem aparecido como importante diferencial competitivo para as empresas do setor da construção que, historicamente, está relacionado à burocracia.
Fábio Garcez, CEO do CV CRM, uma empresa com mais de 700 clientes no setor da construção, aconselha e acredita na inovação como caminho para o enfrentamento de um cenário macroeconômico desfavorável.
“O investimento na melhoria da experiência do cliente que já está atravessando o funil de vendas é, sem dúvida, uma saída para o aumento do capital da empresa. Soluções simples como a assinatura digital; a gestão digital dos contratos e orçamentos; e a oferta de um relacionamento ominichannel, são caminhos que devem ser considerados por construtoras e incorporadoras”, afirma.
Assim, entre os dados do setor da construção que você não pode deixar de acompanhar, estão as estratégias e tendências de inovação. Aqui estão algumas fontes:
- Sienge: maior ecossistema tecnológico do setor da construção. Publica notícias periódicas sobre inovação e avanços no mercado imobiliário.
- CV CRM: primeiro CRM 5.0 do mercado imobiliário, compartilha dicas, dados, e ferramentas que otimizam a gestão de ponta a ponta.
- Veja Notícias do Mercado Imobiliário – compartilha as principais novidades, que afetam o mercado da construção civil, em primeira mão.
Veja porque é importante se manter atualizado através dos portais de notícias da construção civil.
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