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Como as Proptechs no Brasil estão revolucionando o setor imobiliário

5 min de leitura

O mercado imobiliário está passando por grandes transformações. As demandas por produtos imobiliários estão mudando junto com o comportamento do consumidor, e a gestão e operação nas construtoras e incorporadoras estão cada vez mais digitais e automatizadas. As proptechs no Brasil surgem, então, como ferramentas para impulsionar esse cenário. 

Focadas nas operações pós-construção, essas empresas estão revolucionando a forma como as pessoas compram, vendem, alugam e gerenciam imóveis, através de soluções digitais que aumentam a eficiência, reduzem custos e melhoram a experiência do usuário. 

Neste artigo pretendo debater sobre o impacto que as proptechs no Brasil tem causado nas construtoras e incorporadoras do país e como o contrário também acontece: as mudanças nas incorporadoras e construtoras exigem proptechs com soluções cada vez mais específicas e inovadoras. 

Conceito de construtech e proptech

 Proptechs no Brasil: imagem de uma cidade com muitos prédios. Em destaque, algumas mãos seguram uma moldura na frente da imagem.

As Proptechs, abreviação de property technology, ou tecnologia imobiliária, são empresas de tecnologia que desenvolvem soluções digitais para otimizar e inovar os processos no segmento imobiliário. 

Diferente das construtechs, essas empresas focam nas transações que envolvem os imóveis pós-construção, ou seja, na comercialização, gestão e experiência dos vendedores e compradores. 

As construtechs, por outro lado, propõem soluções digitais ligadas à eficiência e inovação nos processos de construção. 

Uma empresa que desenvolve um sistema ERP, por exemplo, é uma construtech, enquanto uma empresa de CRM imobiliário é uma proptech. 

Segundo dados da Terracotta Ventures sobre o número se startups do mercado imobiliário, as construtechs representam 21,8% das empresas de tecnologia no setor. 

Proptechs no Brasil e o impacto nas construtoras e incorporadoras

As proptechs no Brasil ganharam ainda mais importância num mundo pós-pandemia. Se antes o uso da tecnologia no setor imobiliário já era discutido como necessário, depois da pandemia, em 2020, passou a ser urgente. 

O lockdown teve consequências muito negativas para algumas empresas. Em contrapartida, muitas outras construtoras e incorporadoras continuaram as suas atividades através de ferramentas de relacionamento com o cliente de forma quase ou 100% digital.  

Muitos clientes compraram imóveis à distância, assinaram contratos usando plataformas de assinatura eletrônica e digital, visitaram imóveis com o recurso de tour virtual e foram atendidos de forma online, sem perder a excelência do atendimento. 

O Mapa das Construtechs e Proptechs, desenvolvido pela Terracotta Ventures, destaca o período de 2018 a 2022 como um momento de “boom de investimento no setor”, o que reflete como essas empresas ganharam importância nesse cenário. 

O crescimento das proptechs no Brasil

Hoje em dia, mesmo depois do período de pandemia, o papel das proptechs no Brasil continua sendo discutido e soluções digitais para tornar a gestão mais eficiente, reduzir custos operacionais e melhorar a experiência do cliente são lançadas no mercado todos os dias. 

O Mapa das Construtechs e Proptechs da Terracotta também confirma essa informação. Segundo o estudo, em 2024 o aumento no número de startups focadas no mercado imobiliário cresceu 13,5% em relação a 2023, totalizando 1.209 empresas espalhadas pelo Brasil. 

Num dos episódios do CV na Prática Podcast, conversamos com Marcus Anselmo, um dos fundadores da Terracotta Ventures, empresa que vem fazendo um trabalho extenso no mercado de investimento em construtechs e proptechs no Brasil. Veja o episódio e entenda como essas startups estão mudando o mercado de incorporação e construção no país: 

As proptechs no Brasil já acumulam cases de sucesso e estão presentes no crescimento de todas as maiores construtoras e incorporadoras do país.

O Ranking INTEC das 100 maiores construtoras no Brasil pode revelar que as grandes empresas têm um ponto em comum: souberam adaptar-se de forma rápida e estão acompanhando as transformações digitais do setor.

Principais categorias de atuação das Proptechs no Brasil

É verdade que o crescimento do mercado de proptechs no país se deu de forma acelerada. Mas, devido à complexidade do setor imobiliário, sobretudo no Brasil, já existem diversas soluções digitais para diferentes etapas da jornada imobiliária. 

Um dos objetivos dessas empresas, inclusive, é tornar menos burocrático o processo de compra e venda de imóveis, que já enfrenta tantas barreiras operacionais e legais no país. 

Exemplos dessas soluções são: 

  • Soluções de financiamento e crédito imobiliário: as proptechs podem oferecer análise de risco baseada em dados, simulações e processos digitais para a contratação de crédito;
  • Marketplaces: que conectam compradores e vendedores e ajudam a aumentar o alcance dos anúncios de imóveis;
  • Ferramentas de inteligência de dados: algumas dessas ferramentas servem não só para as fases de comercialização de imóveis, mas também para as fases de estudo, planejamento e execução da obra;
  • Tecnologias de visualização de imóveis e experiência do cliente: como por exemplo realidade aumentada e virtual e digital twins;
  • Fermentas de gestão e relacionamento com o cliente: Aqui se enquadram os CRMs imobiliários, que passaram por muitos avanços, como outras soluções citadas acima. Entretanto, é bom ressaltar que os CRMs realmente efetivos precisam contemplar toda a complexa jornada de vendas imobiliárias e ser capaz de integrar todas essas soluções para formar um ecossistema robusto da construção. 

Panorama Atual e Perspectivas Futuras

Proptechs no Brasil: imagem de uma cidade com muitos prédios e algumas árvores.

O crescimento das proptechs no Brasil reflete uma tendência não só nacional, mas global, de digitalização do setor imobiliário.  

A expectativa é que, com o avanço contínuo da tecnologia e o aumento da demanda por soluções eficientes, o mercado imobiliário brasileiro continue a se beneficiar da atuação dessas startups.  

Se antes enxergávamos o mercado imobiliário como um segmento pouco inovador, agora conseguimos perceber um setor muito mais dinâmico e acessível, com mais possibilidades de crescimento. 

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