O futuro da construção em madeira

Habitação e construção em madeira é um processo construtivo comum em muitos países com níveis de desempenho e excelência na sua qualidade. Além do uso de tecnologia inovadora, a pegada sustentável é fundamental na escolha dessa solução.  

Ao reduzir emissões e capturar o carbono, esse processo passa a integrar a agenda da descarbonização. Algumas regiões do país já usaram muito esse sistema. Mas como fazer para expandirmos o seu uso? Quais são os entraves e quais as possíveis soluções e tendências futuras deste método? 

Essa agenda tem tudo a ver com a descarbonização do setor da construção civil, otimização dos canteiros de obra, obras mais limpas, mais modernas, mais industrializadas.  

Vamos saber mais sobre isso.  

Enciclopédia do Marketing Imobiliário

 

Construção em madeira e o Instituto Amazônia+21 

madeiras empilhadas

A construção civil é responsável no setor industrial por cerca de 35% das emissões de gás carbônico de todas as atividades econômicas globais. Isso é muito expressivo e pressiona o setor a pensar novos caminhos e novas tecnologias.  

A ideia é descarbonizar, não só o processo produtivo da indústria da construção, mas a própria operação do edifício e sua vida útil, que continua emitindo os gases com a utilização de materiais tradicionais. 

De acordo com Marcelo Thomé, presidente do COEMAS (Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade), esta é uma janela que motiva o pensamento de projetos em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a partir do Instituto Amazônia+21. 

O instituto é uma mobilização das nove federações de indústria da Amazônia Legal. Trata-se de um movimento empresarial genuinamente amazônico para pensar, promover e fomentar negócios sustentáveis na Amazônia.  

A partir de um estudo que foi publicado pela Federação das Indústrias do Mato Grosso, especificamente sobre madeira laminada colada e o potencial desse setor para o estado, a estimativa é que possa haver uma agregação nesta cadeia produtiva na ordem de 1400% no Mato Grosso.  

Há um estoque de terras na ordem de 15 milhões de hectares para incremento de floresta plantada apenas neste estado e o Instituto Amazônia+21 propôs à CBIC uma articulação com os nove estados da Amazônia Legal. Esta articulação contará também com a participação dos institutos Senai de inovação para que seja possível pensar num processo de encadeamento produtivo desde o setor primário, desde a floresta plantada, dando prioridade para espécies amazônicas.  

Além disso, a ideia é fomentar a produção deste insumo, a madeira, no território amazônico para que essa agregação de valor ocorra no território, retendo a riqueza e a prosperidade na região. Assim, ela deixará de ser apenas fornecedor do material. Dessa forma, a articulação pensará também na aplicação da madeira na produção de habitação de interesse social. 

Marcelo Thomé, que também é presidente do Sinduscon de Porto Velho e presidente da Federação das Indústrias de Rondônia, explica que esse projeto será transformador para o setor da construção civil na Amazônia e para a produção de habitação local.  

“O nosso objetivo é ter uma arquitetura que seja adequada ao clima, ao território e à cultura do povo amazônico, mas principalmente poder reativar do ponto de vista econômico o território gerando emprego, renda, capacitação profissional, atração de investimentos no processamento desse produto, na sua fabricação e na ativação do setor primário”, conclui. 

 

Construção em madeira engenheirada 

ambiente com madeiras engeiradas

Madeira engenheirada são todos os produtos de madeira que passam por algum tipo de processamento industrial para além da madeira cerrada. Ela também é chamada de mass timber, no mercado global. São produtos específicos que vão atender ao uso estrutural na construção civil em larga escala. 

Para Ana Belizário, head de Novos Negócios da Urbem, é preciso elucidar o mercado sobre essa tecnologia, que não é mais futuro, mas sim o presente. A empresa acredita que há um potencial de desenvolvimento no Brasil pelo tamanho do seu território. 

A Urbem é uma empresa com foco na transformação da mentalidade da construção civil, arquitetura e mercado imobiliário brasileiros através do uso da madeira engenheirada como principal matéria-prima para sistemas estruturais. Trata-se de uma indústria produtora de elementos estruturais, vigas, pilares e lajes em madeira engenheirada. A primeira fábrica em larga escala desse material na América Latina.  

Imagem do lançamento imobiliário na prática

Os produtos em madeira engenheirada têm permitido uma disrupção no mercado da construção civil em vários lugares do mundo, desde a virada dos anos 2000, e permite a construção de edifícios em altura com bastante resistência, inclusive em situação de incêndio.  

 

Por que o mundo está adotando a madeira engenheirada? 

travessia de madeira em meio a um aglomerado de árvores

Existem três principais motivos para isso. O primeiro está ligado à agenda ESG (ambiental, social e governança). Pois este é um material renovável e que mitiga uma tonelada de gás carbônico por metro cúbico. Isso significa que, além de não emitir gás carbônico, como o concreto e o aço emitem no processo produtivo, a madeira “sequestra” carbono no seu processo de crescimento. Então é possível colocar um número muito robusto na agenda de redução de gás carbônico para a construção civil, que hoje é um enorme desafio.  

A madeira também tem sido adotada por trazer para o canteiro de obras uma resposta de sistema estrutural industrializado. O mercado tem procurado cada vez mais reduzir o trabalho manual em canteiros de obras e trazer a construção para o offside construction, que é a produção fabril, a produção industrial, onde o canteiro de obras passa a ser uma fase de montagem mais do que uma fase de produção. Isso tem uma série de impactos na saúde do colaborador, redução de acidentes, diminuição de resíduos.  

Além disso, há a diferenciação de produto. A madeira é um material muito atraente. Além disso, aqueles consumidores que passaram a exigir o orgânico na alimentação, o carro elétrico para transporte, também começam a direcionar esse olhar para as edificações. E fazem questionamentos como:  

De onde vem esse insumo?  

Qual o impacto ambiental do apartamento onde eu estou morando? 

Para Ana Belizário, o Brasil está muito acostumado a construir em concreto armado e a madeira é uma solução disruptiva, que precisa primeiro quebrar uma barreira cultural.  

 

Construção em madeira e o papel do setor na sustentabilidade do planeta 

Talvez em 2019, o olhar para a madeira ainda fosse no futuro, mas a demanda começou a ser criada por essa indústria que vem se consolidando em todo o mundo. 

Nos próximos vinte anos, três bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, vai demandar novas casas e escritórios. Toda a cadeia anseia por esse crescimento de demanda, mas é importante que isso aconteça enquanto há um olhar cuidadoso para o planeta. 

O setor da construção civil tem um papel fundamental na diminuição das emissões de carbono, já que é responsável por 39% das emissões de CO² na atmosfera. Só da construção e da produção de aço em concreto, esse percentual gira em torno de 11%. 

Cíntia Valente, gerente de Marketing da Noah, empresa de construção de ambientes sustentáveis através da madeira engenheirada, pontua que é possível desenvolver a construção civil de uma maneira um pouco menos agressiva para o meio ambiente. E a madeira provou ser um material construtivo perfeito para chegar nessa solução de continuar o desenvolvimento do setor sem impactar tão negativamente o planeta.  

O princípio de industrialização da madeira parte da premissa de trazer velocidade e sustentabilidade. É possível unir o início do processo de construção, do projeto, dos terrenos, das viabilidades, com todo o resto da cadeia, que é o fornecimento da madeira até a entrega do empreendimento final. E é possível operar tanto em edifícios comerciais como em residenciais. 

Cíntia Valente explica que o foco inicial da Noah sempre foi área corporativa, principalmente porque o vetor de inovação e crescimento, geralmente é capital, empresas e pessoas. É isso que normalmente empurra a inovação. “Hoje, a gente surpreendentemente vem sendo acionado para fazer alguns residenciais e é algo que a gente imaginava que só aconteceria mais no futuro”, comemora. 

 

Principais diferenças entre a construção em madeira e concreto 

praça com cobertura em madeira

Fazendo um comparativo entre as duas formas de construir, é possível identificar grandes diferenças entre o uso do concreto e da madeira engenheirada.  

Ao utilizar o concreto, há uma demora maior na construção, pois ele precisa secar para suportar peso. A produção de concreto e aço lança CO² na atmosfera e estes são materiais não renováveis. Além disso, o concreto transfere vibrações, gerando distúrbios sonoros durante a obra. E, por fim, estruturas de concreto e aço podem ruis sem avisos, especialmente quando em chamas e em terremotos.  

Quando observamos o uso da madeira engenheirada, o cenário é bem diferente. Trata-se de um material pré-fabricado, de simples montagem e que produz menos resíduos. A madeira é oriunda de reflorestamento e captura CO² da atmosfera. É um material que dissipa impacto sonoro e outros ruídos, gerando uma obra sem poluição sonora. Sem contar que a madeira tratada é resistente ao fogo e sofre menos danos em terremoto.  

 

Conclusão 

Não há dúvidas de que o uso da madeira já é presente no Brasil, pois a instalação de indústrias de madeira engenheirada no país significa o início da estrutura de uma cadeia voltada para isso. 

Para que o seu uso seja mais difundido é necessária uma mudança de mind set do mercado. O que não será difícil se todos observarem os benefícios dos ambientes em madeira. Comprovadamente, a exposição à madeira melhora a concentração, reduz estresse, baixa pressão sanguínea, eleva a produtividade, melhora a satisfação e cria times mais eficientes.  

E se a questão for ganho monetário, em marcos globais, o uso da madeira engenheirada reduz o tempo de obra em até 50% e aumenta os valores de locação em até 28%.  

E você? Já pensou em trabalhar e morar em um edifício ou casa projetado todo em madeira? 

 

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