Boas notícias vêm impulsionando empresários a trabalharem com inteligência de mercado
No mês de setembro, o Índice de Confiança da Construção do FGV IBRE registrou um aumento notável, atingindo seu maior nível desde outubro de 2022, chegando a 98,1 pontos. Essa ascensão é impulsionada, em grande parte, pelo anúncio do novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). No entanto, o estudo aponta que as preocupações dos empresários não estão centradas na demanda prevista, mas sim nas condições financeiras para projetos, na disponibilidade de mão de obra qualificada e na persistente problemática de decisões baseadas em “feeling” em detrimento de dados concretos.
Um indicador da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fipe também indica que o setor tem motivos para otimismo. No primeiro semestre deste ano, a venda de imóveis no Brasil registrou um aumento notável de 9,8% em comparação com o mesmo período de 2022, com um incremento ainda mais expressivo de 12,2% no valor das vendas.
Outro dado do FGV IBRE, referente ao segundo trimestre, revela sinais positivos adicionais para o setor. As medidas de produtividade setorial mostram que a produtividade do trabalho na construção está entre as que mais evoluíram este ano. Isso pode indicar uma modernização de processos, mas também destaca a importância do crescimento de uma abordagem empresarial mais orientada por dados e pela inteligência de mercado, em vez de decisões baseadas em intuição.
Ao mesmo tempo, eventos que unem as novidades tecnológicas para o setor às oportunidades de negócios, como ConstruSummit 2023, evento que ocorreu em serembro e reuniu cerca de 1.500 pessoas em Floranópolis, dão indícios do aumento de interesse dos empresários do setor pela inovação na cultura empresarial.
Sobre o otimismo do setor da construção e a necessidade de uma abordagem mais orientada a dados, em entrevista ao podcast CV Na Prática, sobre inteligência de mercadi, Cristiano Rabelo, CEO e fundador das empresas do grupo Prospecta, defende que o investimento no nicho imobiliário continua sendo a primeira opção de quem tem acesso a financiamentos ou deseja empreender no setor. Para Cristiano, o cenário é positivo, mas exige uma atualização de cultura por parte dos empresários.
“Há um número considerável de pessoas que empreendem no setor imobiliário apenas baseadas no ‘feeling’. Ganhou um dinheiro extra? Empreende no setor imobiliário. Quem sabe estruturar um projeto se diferencia, e tem mais chance de atrair investimentos. É por isso que se torna essencial avaliar a vocação, o potencial e as limitações de um projeto, bem como entender como o mercado o absorverá, e isso só é possível com um bom olhar para os dados”, afirma.
Perspectivas para o Futuro
Para 2024, as perspectivas do estudo da FGV IBRE continuam otimistas, com a expectativa de que a habitação social e os investimentos em infraestrutura impulsionem o setor. No entanto, para superar a cultura baseada em “feeling”, os empresários precisarão investir realmente em tecnologias que transformem dados em informações relevantes para a tomada de decisões.
Para o CEO do CVCRM, empresa de gestão de vendas que atua no mercado imobiliário, Fábio Garcez, trata-se de uma questão de garantir o crescimento sustentável. “A inovação é essencial para o futuro do setor da construção, e isso inclui a coleta e análise de dados precisos. O setor deve buscar maneiras de incorporar análises de dados em sua cultura empresarial para tomar decisões mais informadas e estratégicas.”, destaca.