Existem algumas formas de investir no mercado imobiliário e garantir renda passiva. As formas mais conhecidas de fazer isso são através do investimento em fundos imobiliários e da compra de um imóvel para posterior administração de aluguel ou venda.
Mas existe ainda uma outra forma de investir no mercado imobiliário: através do financiamento e suporte de empresas inovadoras do setor da construção.
Neste artigo falarei mais a respeito desse tipo de investimento a partir da visão do investidor e da empresa que busca o investimento.
Esse artigo é complementar ao episódio 31 do CV na Prática Podcast. Para ouvir o episódio é só clicar no botão de play:
Sumário
Venture Capital: outra possibilidade de investir no mercado imobiliário
Venture capital (VC) é um tipo de investimento focado em empresas que não possuem capital aberto. É comum encontrar startups e empresas iniciantes nesse tipo de investimento, já que precisam de recursos para escalar. Por isso a modalidade de venture capital é também conhecida por capital de risco.
Do ponto de vista econômico, o investimento em empresas dessa natureza é importante, pois ajuda pequenas e médias empresas a crescerem e startups a se desenvolverem e estarem aptas a entrar na bolsa de valores, influenciando a economia nacional.
O cenário de investimentos de venture capital no Brasil e no mundo
No Brasil, o cenário de investimentos em VC varia. Durante 2020 o Brasil recebeu aproximadamente US$ 2,5 bilhões em investimentos de venture capital, segundo a KPMG. Em outras palavras, superando os desafios relacionados à pandemia de COVID-19, o cenário de investimento, em diversos setores, era otimista.
Entretanto, ainda de acordo com relatório da KPMG referente ao primeiro trimestre de 2023, existiu uma redução global na atividade de investimentos em VC.
Muitos fatores globais podem ter influenciado para essa redução, como a instabilidade econômica e crises políticas. Porém, esse é o momento de olhar com atenção para essas novas formas de investimento.
Segundo o estudo Venture Pulse Q1 2023, da KPMG
(citação) “O mercado global de venture capital em 2023 também aponta que os investidores estão cada vez mais confortáveis em investir em regiões emergentes, como a América do Sul, América Latina e África, o que é bastante promissor para o Brasil.”
VC como investimento imobiliário
No mercado imobiliário, os modelos de negócio inovadores ganham espaço de forma exponencial. Falo aqui de empresas com as mais diversas finalidades, como por exemplo aquelas que transformam as maneiras de comprar imóveis, que oferecem soluções para administração de condomínios e aluguéis, soluções de casa por assinatura, empresas que atuam na transformação na área de loteamentos etc.
Essa modalidade de investimento imobiliário pode ser vantajosa para qualquer pessoa. Inclusive, é um ótimo investimento imobiliário para os próprios incorporadores, que já estão inseridos no mercado. Nesse caso as possibilidades surgem de dois lados: o incorporador que investe e aquele que procura investimento para a sua empresa.
VC do ponto de vista do investidor
Segundo Marcus Anselmo, fundador da Terracotta Ventures, primeira empresa de venture capital da América Latina focada em construtechs e proptechs, um dos motivos pelos quais os incorporadores escolhem venture capital como forma de investimento imobiliário é acompanhar as mudanças do mercado.
Dessa forma, os incorporadores conseguem acompanhar as transformações e tendências que vão impactar o setor a médio e longo prazo, já que no segmento da construção a inovação acontece de forma muito diferente de outros segmentos.
A tomada de decisão pelo investidor é sempre um passo cuidadoso, ainda mais quando se trata de venture capital. De forma geral é necessário estar atendo ao mercado e procurar sempre dados e tendências das empresas de tecnologia do mercado imobiliário.
Abaixo listo algumas empresas que fornecem reports e notícias com alguns desses dados:
Outro dado ao qual você precis estar atento é ao panorama mais macro do cenário de novas empresas do segmento.
O último Mapa de Construtechs e Proptechs da Terracotta Ventures mostrou uma estabilização no ritmo de crescimento das startups no Brasil. Segundo o estudo, isso prova maior solidez nas startups do setor imobiliário e de construção civil. Dado que traduz também a necessidade de empresas de inovação no segmento.
Depois de feita a curadoria de aspectos e tendências do mercado imobiliário, você tem alguns pontos de partida para observar na hora de tomar a decisão de em que empresa(s) investir. Lembrando que algumas empresas de venture capital oferecem consultoria nesse aspecto ou mesmo nutrem boas relações com os seus investidores.
Levar em consideração a lucratividade e sustentabilidade da empresa, por exemplo, são pontos importantes no cenário atual.
“tudo o que se relaciona com o uso de energia verde atraiu investimentos no primeiro trimestre de 2023” – KPMG.
Esse é um bom momento de aprender mais sobre empresas ESG.
VC do ponto de vista da empresa
Empresas pequenas e médias que buscam investimento podem ter VC como alternativa de negócio. Do ponto de vista dos empreendedores é importante pensar de que forma a sua empresa pode ser atrativa para investidores.
Isso inclui uma série de fatores como geração de valor, potencial de mercado e de crescimento, capacidade de execução, entre outros.
A relação da empresa que procura investimento com a empresa de venture capital é de complementaridade, pois estas oferecem capital, conhecimento amplo do setor e uma possibilidade grande de conexões com os investidores. Por isso essa relação também proporciona auxílio em inovação.
É interessante estar por dentro também das soluções que são tendência no mercado. Segundo o Mapa das Construtechs e Proptechs 2023 da Terracotta, o que se pode esperar do mercado da construção civil neste ano são soluções voltadas para redução de custos, ao ESG, soluções de otimização comercial e de vendas e soluções financeiras para o setor imobiliário.
Curadoria de empresas de venture capital
Empresas como a Terracotta precisam adotar uma série de medidas, critérios e processos para que startups sejam aceitas no portfólio de investimento.
Para Marcus Anselmo, um dos principais critérios para a escolha de uma startup é a avaliação da melhor relação risco-retorno.
“A nossa forma de analisar investimentos é olhar cada uma das construtechs e proptechs do Brasil e do mundo […] vamos olhando as empresas e classificando por tese, potencial de crescimento, capacidade de execução, potencial de mercado […] diversas linhas de corte que passam pelo nosso time, depois vêm para os sócios. As análises mais profundas duram em torno de um mês até a tomada de decisão interna para, posteriormente, passar por um comitê de investimentos e só então tomar uma decisão definitiva.” – Marcus Anselmo, Terracotta
Veja aqui o portfólio de empresas da Terracotta Ventures.
O bate-papo com Marcus sobre todos os pontos desse artigo está disponível no CV na Prática. Acompanhe:
FAQ – Perguntas frequentes sobre investimento imobiliário
Existem algumas formas de investir no mercado imobiliário e garantir renda passiva como por exemplo através do investimento em fundos imobiliários e da compra de um imóvel para posterior administração de aluguel ou venda ou através de venture capital no segmento imobiliário.
Venture capital (VC) é um tipo de investimento focado em empresas que não possuem capital aberto. É comum encontrar startups e empresas iniciantes nesse tipo de investimento, já que precisam de recursos para escalar. Por isso a modalidade de venture capital é também conhecida por capital de risco.
Sobre o CV na Prática
O CV na Prática – Podcast nasceu a partir de uma necessidade latente: compreender o mercado imobiliário e suas inúmeras possibilidades.
O nosso podcast foi pensado para integrar pessoas e compartilhar experiências dentro do setor, compreendendo como diferentes forças atuam e se complementam no mercado imobiliário.
Acompanhe com a gente, na prática, o que os especialistas têm a dizer sobre o mercado nacional!
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