A anonimização de dados é uma das resoluções propostas atualmente para empresas que desejam seguir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No mercado imobiliário, a lei chegou com o objetivo de manter a salvo os dados pessoais de leads e clientes: mas como funciona a anonimização e o que ela traz consigo dentro da LGPD?
É exatamente isso que entenderemos neste artigo.
Antes de mais nada, vamos relembrar o que é a LGPD
A LGPD, ou Lei Geral de Proteção de Dados, garante a proteção dos chamados dados naturais. Foi sancionada como Lei 13.709, de 14 de agosto de 2018, e dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, incluindo aqueles tratados em ambiente digital. Seu objetivo é o seguinte:
“Proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural” _ Planalto do Governo
Com a lei, são estabelecidas diretrizes sobre a obtenção, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais por empresas. Sendo assim, há penalidades para aquelas que não cumprirem as normas, podendo chegar a 2% do faturamento anual da empresa, com limite de até R$ 50 milhões.
Anonimização de dados: o que é?
A anonimização de dados é o processo de tornar anônimas algumas informações pessoais.
Isso quer dizer que, depois de coletados, esses dados estarão seguros e não poderão ser usados para identificar a pessoa que os cedeu. Assim, é possível usar os dados apenas para o propósito que foram coletados, sem oferecer riscos e insegurança ao cliente.
Esse processo permite que as empresas continuem coletando os dados sem, no entanto, ferir a LGPD. Ou seja, a anonimização é quase como uma condição para que seja possível continuar colhendo e tratando dados sem infringir nenhuma lei.
No ambiente digital, a anonimização pode surgir de várias formas. Dentro do CV CRM, é assim que se anonimiza dados para que eles sejam suprimidos das informações do lead ou cliente:
O que são dados pessoais?
Antes de compreender o que são os dados anonimizados, entenda o que são dados pessoais, pois o segundo conceito é indispensável para o entendimento do primeiro.
Dados pessoais são informações que identificam uma pessoa ou contribuem para sua identificação. Mas não são só os dados completos que consideramos pessoais: trechos de informações que permitem, juntos, a identificação de alguém também são dados pessoais.
Alguns exemplos de dados pessoais são:
- nome;
- cadastro de pessoa física;
- e-mail;
- idade;
- imagem.
E os dados anonimizados? O que são?
Dados anonimizados são aqueles que não podem mais nos levar até a pessoa de origem. Segundo o Planalto do Governo, perante a Lei 13.709, o dado anonimizado é:
“Dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento”. _ Planalto do Governo
Já que os dados anonimizados não nos permitem identificar seu dono, costumamos dizer que a anonimização faz com que um dado deixe de ser pessoal. Ou seja, os dados anonimizados não são mais dados pessoais, embora tenham sido antes da anonimização.
Deixando de ser dados pessoais, a LGPD não se aplica mais a eles. Assim, garantimos um tratamento dentro da lei, fácil para você e seguro para seu lead.
Anonimização versus Pseudonimização
Existem casos em que a anonimização pode ser revertida, o que acaba sendo complicado para se manter dentro da LGPD. Prevendo isso, existe o conceito de pseudonimização ou pseudonominização, também coberto pela lei.
Essa é a técnica que permite anonimizar um dado e, posteriormente, revertê-la. Contudo, essa possibilidade é controlada pela instituição que mantém e trata os dados em segurança. Ou seja, não é uma técnica para qualquer um, muito menos é feita sem segurança e responsabilidade.
Para se aprofundar no conhecimento em anonimização e pseudonimização, que tal assistir ao vídeo da youtuber e Diretora de Privacidade e Proteção de Dados Simone Santinato?
Anonimização de dados e mercado imobiliário
Segundo a própria LGPD, existem casos específicos em que a anonimização é requerida. Um deles é a realização de estudos por órgãos pesquisadores e o outro, estudos em saúde pública.
Dessa forma, o uso para fins de compra e venda imobiliária não é contemplado nos casos que necessitam de anonimização. Assim, é normal que softwares e sistemas de gestão, que trabalham diretamente com dados pessoais do público, não ofereçam a oportunidade de anonimizar dados e cumprir com outras propostas da lei.
Ainda assim, há softwares que se antecipam às tendências e garantem que você saia a frente: é o caso do CV CRM. Dentro dele, já é possível anonimizar dados com facilidade. Acompanhe o passo a passo na Base de Conhecimento CV CRM.
Algumas formas de anonimizar dados
Existem algumas formas de transformar dados pessoais em dados anonimizados que são mais comuns ao mercado. Claro, essas formas vão depender do seu software de gestão, caso use algum, e das técnicas que mais se encaixam ao seu perfil de empresa.
Cito as 4 principais formas de anonimizar seus dados:
- Cobertura de caracteres
- Supressão de dados
- Generalização
- Randomização
Cobertura de caracteres
A cobertura de caracteres, ou encobrimento de caracteres, é o método no qual os ícones referentes ao dado são substituídos por letras, asteriscos e outros. Segundo essa técnica, por exemplo, dados como o CPF poderiam aparecer da seguinte forma: xxx.xxx.xxx-xx ou ***.***.***-**.
Supressão de dados
A supressão de dados remove completamente os dados. Nesse caso, o espaço em que apareceria o dado vem em branco. É uma das formas mais práticas de se obter um dado anonimizado, e é aquela usada pelo CV CRM.
Generalização
A generalização troca o dado específico por um espectro. Ou seja, pode-se, nessa técnica, trocar o CEP de uma pessoa pela região do país referente a ele.
Randomização
A randomização parece com a generalização, mas as técnicas não são iguais. Nela, alguns dados são trocados, mantendo as principais informações, mas não permitindo que você as leve até a pessoa de origem.
Por que ter um CRM preocupado com a LGPD?
Depois de conhecer tanto a técnica quanto suas principais aplicações, resta a pergunta: por que é importante ter um CRM imobiliário atento à LGPD?
Já tratei sobre uma das sanções referentes à quebra das regras propostas pela LGPD. Contudo, além da multa de até 2% do faturamento anual, existem outras perdas associadas. Dentre elas, destacam-se:
- multa diária, observado o limite total de R$ 50 milhões;
- publicização da infração, após confirmada;
- bloqueio ou eliminação dos dados pessoais referentes à infração;
- suspensão parcial do banco de dados referente à infração por até seis meses;
- suspensão da atividade de tratamento dos dados pessoais referentes à infração por até seis meses;
- proibição parcial ou total de atividades relacionadas a tratamento de dados.
Fica clara, então, a necessidade de se contratar um software de gestão consciente e amigo da Lei Geral de Proteção de Dados. Muito além de uma lei, a LGPD é também uma forma de assegurar a segurança online de quem mais importa: seu cliente.
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Considerações finais: anonimizar é importante?
Não tem para onde correr: a anonimização é uma ótima forma de se manter dentro das diretrizes da LGPD e garantir ao cliente o direito à privacidade e segurança no ambiente digital. Hoje, você aprendeu mais sobre o processo de anonimizar e, agora, tem o que é necessário para explicar ao seu cliente que ele está seguro dentro da sua empresa.
Mas vá além: explique o processo para seu time de corretores, SDRs, atendentes e outros. O plano ideal é que todos consigam compreender e ensinar ao menos o básico do processo, de modo que o cliente fique sempre ciente sobre seus direitos e deveres para manter a segurança de dados.
FAQ: Perguntas frequentes sobre o tema
Anonimização de dados é um processo que busca transformar um dado pessoal num dado anonimizado. O dado anonimizado é aquele que não pode mais ser rastreado até a pessoa de origem e, portanto, deixa de ser um dado pessoal.
Existem diferentes formas de anonimizar dados. As quatro mais conhecidas são cobertura de caracteres, supressão de dados, generalização e randomização.
Cobertura de caracteres: usa-se letras ou asteriscos para cobrir todo o dado pessoal.
Supressão de dados: remove completamente o dado, sendo substituído por um espaço em branco.
Generalização: troca um dado por uma estimativa, uma faixa ou um espectro.
Randomização: os dados são embaralhados para que não possam, em conjunto, ser rastreados até a pessoa de origem.
Depende muito da técnica utilizada. Geralmente, seu software de gestão e captação de dados pessoais será o responsável por te entregar uma ou mais possibilidades de anonimização.
A forma mais fácil de anonimizar um CPF é pelo método de supressão, a partir do qual o dado aparece apenas como um espaço em branco, não preenchido.
Os dados protegidos pela LGPD são os pessoais. Ou seja, aqueles dados que levam à identificação de uma pessoa: nome, CPF, número de telefone, e-mail, CEP, dentre outros.
A LGPD não protege dados que não são pessoais: um exemplo disso é o dado anonimizado. Portanto, se você anonimiza os dados pessoais do lead ou cliente, está completamente coberto pela LGPD.
Sempre que houver captação, tratamento e armazenamento de dados pessoais. Captar leads, por exemplo, é um processo que requer entendimento sobre a LGPD para diminuir o risco de falhas e sanções.
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