O mercado de trabalho a nível nacional ainda apresenta forte fragilidade e milhares de desempregados por todo o país. Apesar disso, a construção civil tem se mostrado essencial na geração de empregos no Brasil.
No ano de 2021, mesmo com um cenário pouco favorável com elevação nos preços dos insumos, o setor registrou aumento de 150% na criação de novas vagas de trabalho. O dado é o melhor desde 2010. Só o segmento de construção de edifícios foi responsável por 42,16% das novas oportunidades.
De acordo com a CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, estima-se que, a cada R$ 1 milhão de novos investimentos, a construção civil é capaz de gerar 18,31 postos de trabalho (diretos, indiretos e induzidos). É com isso em mente que o Blog do CV vai analisar, em homenagem ao Dia do Trabalho, a importância do setor na geração de empregos no Brasil.
O que é o Novo Caged?
O Ministério do Trabalho e Previdência divulga mensalmente informações a respeito de contratações em diversos setores no Brasil. Os dados são compilados e anunciados através do Novo Caged.
Caged significa Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Mas, desde janeiro de 2020, o sistema passou por algumas mudanças e teve seu nome alterado para Novo Caged. Mas, o que mudou?
Com o objetivo de trazer estatísticas do emprego formal no país com maior segurança metodológica e transparência, a geração desses dados passou a ser feita por meio de informações captadas dos sistemas eSocial, Caged e Empregador Web.
O Caged permaneceu obrigatório apenas para órgãos públicos e organizações internacionais que contratam celetistas. Já as empresas privadas passaram a utilizar o eSocial – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas.
O Caged trata-se, portanto, de um portal cujos dados coletados subsidiam tomadas de ações governamentais. Ele serve como base para pesquisas e estudos relacionados ao mercado de trabalho e para a geração de dados sobre as situações empregatícias no país e programas sociais.
Últimos dados de geração de emprego na construção civil
De acordo com o Novo Caged, o emprego celetista no Brasil apresentou crescimento em março de 2022, registrando saldo de 136.189 postos de trabalho. Esse resultado decorreu de 1.953.071 admissões e de 1.816.882 desligamentos.
O estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, em março de 2022 contabilizou 41.293.528 vínculos, o que representa uma variação de +0,33% em relação ao estoque do mês anterior. No acumulado do ano de 2022, foi registrado saldo de 615.173 empregos, decorrente de 5.820.897 admissões e de 5.205.724 desligamentos (com ajustes até março de 2022).
Em março/2022, os dados registraram saldo positivo no nível de emprego em quatro dos cinco Grandes Grupamentos de Atividades Econômicas. A construção civil aparece em segundo lugar na geração de novas vagas com 25.059 postos, ficando atrás apenas do setor de serviços com 111.513 postos.
Contribuição da construção civil para o PIB brasileiro
A construção civil é um dos principais setores da economia brasileira. Seja pela geração de empregos, pela movimentação da indústria ou pelos investimentos nas empresas, a área é de extrema importância no crescimento do país.
Só em 2021, o PIB da construção civil cresceu mais de 9%, o maior salto dos últimos dez anos. Além disso, 7% do PIB brasileiro vem dos empreendimentos do setor. Este é um desempenho que mostra uma recuperação na área, que sofreu muito com a pandemia e o aumento dos custos industriais.
De acordo com a Abrainc – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, a construção civil é responsável por 10% de todos os postos de trabalho do país. Somado a isso, temos o fato de que, nos últimos três anos, o setor gerou mais 350 mil empregos, sendo 245 mil só em 2021.
Mas o que faz da construção civil um braço tão forte na economia do país? A indústria movimenta toda uma cadeia de suprimentos para executar todas as etapas dos seus serviços. Segundo a Abrainc, mais de 60 atividades econômicas da indústria nacional têm algum tipo de relação com a construção civil.
Os valores investidos nesta indústria retornam rapidamente em empregos, impostos e renda. Tudo isso gera um grande impacto no PIB do país.
Geração de emprego na construção civil através de micro e pequenas empresas
Engana-se quem pensa que a construção civil é movida apenas por grandes empresas e corporações. De acordo com o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, a construção de edifícios está em primeiro lugar no ranking das MPEs (micro e pequenas empresas) que mais contrataram em 2021.
Foram 93.439 postos de trabalho desta atividade. O segundo lugar, que foi restaurantes e similares, gerou quase 40% a menos: 57.511 vagas.
É importante ressaltar que as micro e pequenas empresas possuem um papel importante na economia do país, independentemente do setor.
Só para se ter uma ideia, no primeiro ano da pandemia, o Brasil teve um saldo total negativo de -191.455 contratações. O número não foi pior porque as micro e pequenas empresas apresentaram um saldo positivo de mais de 56 mil empregos.
Perspectivas para 2022
Com a sequência de resultados positivos que vêm se apresentando no cenário nacional, a indústria da construção civil decidiu elevar a previsão de crescimento do setor de 2% para 2,5%. A inflação e a alta dos juros não parecem frear o setor.
Segundo a CBIC, se o crescimento for confirmado, o desempenho marcará o segundo ano consecutivo de resultados positivos para a construção civil. Algo que não acontecia desde 2013.
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